sexta-feira, 24 de junho de 2011

Fibromialgia compromete vida sexual


"A reportagem abaixo fala sobre o universo feminino. Porém não há muitas estatisticas no universo masculino e sim depoimentos em comunidades ou relatos médicos. A fibromialgia para muitos é um assunto que muitos tem medo de se expor. Imagine no campo sexo.! "  por Tania Amorim Carvalho


















Estudo coordenado por Evelin na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com 40 mulheres (20 com Fibromialgia e 20 do grupo controle), mostra que entre mulheres que tinham Fibromialgia, 19 relataram problemas para chegar ao orgasmo contra 13 do grupo controle.

"Sabemos que as mulheres portadoras de Fibromialgia apresentam diminuição de sua função sexual e maior dificuldade para atingir o orgasmo. 



No estudo, verificamos que elas também apresentaram maior necessidade de estimulação prévia por meio da masturbação antes da relação sexual", explica Evelin. "Isso pode acontecer por conta das dores pelo corpo, da sensação de fadiga e até dos distúrbios do sono, problemas que também são provocados por essa doença", revela a especialista.


Atualmente, um terço das mulheres relata falta de interesse sexual e quase um quarto não consegue experimentar o orgasmo, segundo dados do National Health and Social Life Survey, nos Estados Unidos. Vinte por cento delas também apresentam dificuldades de lubrificação durante a relação e a mesma porcentagem considera o sexo uma experiência desagradável.


Dor, fadiga, depressão, hormonios e modificações no padrão de sono que são, em geral, provocados pela Fibromialgia, podem ser a causa da diminuição do desejo sexual, excitação e até possibilidade de atingir o orgasmo.
Além de problemas psicológicos que levam às disfunções sexuais, as causas orgânicas também podem atingir severamente a atividade sexual feminina. Estudos populacionais demonstram, por exemplo, que a disfunção sexual é mais prevalente em mulheres (43%) do que nos homens (31%). O problema é que, muitas vezes, elas passam anos sofrendo duplamente: de uma doença para a qual nunca receberam o diagnóstico e a perda gradativa do desejo sexual, provocada pela enfermidade.

Segundo a reumatologista Evelin Goldenberg, do Hospital Albert Einstein, a fibromialgia, doença caracterizada por dores generalizadas no corpo sem explicação aparente, pode incidir diretamente também na atividade sexual feminina.
Estudos americanos mostram que a Fibromialgia atinge principalmente as mulheres, cerca de 80% das pessoas que sofrem com o problema são do sexo feminino, na faixa etária entre 30 e 60 anos. "Além de dor persistente em pontos específicos espalhados pelo corpo, a Fibromialgia também causa depressão em 25% dos casos e 50% das pacientes relatam histórico de depressão ao chegar no consultório", alerta Evelin. A especialista é enfática ao concluir:"a depressão é uma doença que também influencia diretamente na vida sexual da paciente".

Vida sexual deve ser questionada

Evelin acredita que questões que abordam desejo sexual, freqüência de relações, dificuldade para certas posições, lubrificação, bem como a qualidade do orgasmo devem ser questionadas pelo médico. "Vários fatores podem ser responsáveis para a insatisfação sexual como problemas conjugais", lembra. "Um dado curioso da pesquisa é a relevância estatística da ocorrência de fibromialgia entre as mulheres casadas. Entre as 20 que tinham o problema, 15 eram casadas".

A prevalência nos consultórios médicos é alta: 2% das pessoas com alguma reclamação referente às dores músculo-esqueléticas sofrem com a doença. Nos hospitais, esse índice pula para 5% dos pacientes que chegam com reclamações de dores pelo corpo.


terça-feira, 21 de junho de 2011

Descoberta triplica efeitos da acupuntura contra a dor


 

Por: Diário da Saúde - 09/09/2010



Cientistas deram mais um passo importante para compreender como o simples espetar de algumas agulhas no corpo é capaz de aliviar a dor, adicionando suporte científico à sabedoria milenar.

Acupuntura turbinada

Cientistas deram mais um passo importante para compreenderem como o simples espetar de algumas agulhas no corpo é capaz de aliviar a dor.

Em um artigo publicado na revista Nature Neuroscience, a equipe da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, identificou a molécula adenosina como um elemento central na ativação no corpo de alguns dos efeitos da acupuntura.

Partindo desse novo conhecimento, os cientistas foram capazes de triplicar os efeitos benéficos da acupuntura em camundongos por meio da adição de um medicamento aprovado para tratar a leucemia.

Adenosina

A adenosina é um composto natural conhecido por seu papel na regulação do sono, por seus efeitos sobre o coração, e pelas suas propriedades anti-inflamatórias.

Mas a adenosina também atua como um analgésico natural, tornando-se ativa na pele após um ferimento para inibir os sinais nervosos e aliviar a dor de uma forma semelhante ao que faz a lidocaína.

No estudo, os cientistas descobriram que esta substância química é também muito ativa nos tecidos mais profundos afetados pela acupuntura.

Os pesquisadores analisaram os efeitos da acupuntura no sistema nervoso periférico - os nervos do nosso corpo que não são parte do cérebro e da medula espinhal.

Base científica da acupuntura

Segundo Maiken Nedergaard, as novas descobertas vêm adicionar ainda mais suporte científico à acupuntura.

"A acupuntura tem sido um pilar do tratamento médico em algumas partes do mundo por 4.000 anos, mas, como ela ainda não foi compreendida completamente, muitas pessoas se mantiveram céticas", afirma Nedergaard.

A pesquisa complementa um rico corpo de trabalhos que mostram que, no sistema nervoso central, a acupuntura cria sinais que levam o cérebro a produzir as endorfinas, analgésicos naturais.

"Neste trabalho, nós fornecemos informações sobre um mecanismo físico pelo qual a acupuntura reduz a dor no corpo," acrescenta a pesquisadora.

Acupuntura três vezes melhor

Assim que reconheceram o papel da adenosina, os cientistas começaram a explorar os efeitos de uma droga contra o câncer, chamado deoxicoformicina, que dificulta a remoção da adenosina pelos tecidos.

O composto aumentou dramaticamente os efeitos do tratamento com acupuntura, quase triplicando o acúmulo de adenosina nos músculos e mais do que triplicando o tempo de eficácia do tratamento.

"É claro que a acupuntura pode ativar uma série de mecanismos diferentes," acrescenta Josephine P. Briggs, coautora do estudo. "Este estudo extremamente cuidadoso identificou a adenosina como um novo participante nesse processo. É uma contribuição interessante para a nossa crescente compreensão da complexa intervenção que é a acupuntura."

ALIVIO DA DOR por Alexandre H.Eller

Alívio da Dor: Dor Crônica e Abuso Interpessoal Prévio.

Alívio da Dor: Dor Crônica e Abuso Interpessoal Prévio.: "Estudo comparativo do NIH revela que a prevalência de Abuso Interpessoal em pacientes tratados com opióides para Dor Crônica é significativ..."
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Postado por Dr. Alexandre H.Eller de FORTALEZA , MD às 18:36 0 comentários
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Graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Médico do Centro Médico da Coluna Vertebral. Especialista Diplomado pela Febrasgo. Membro Ativo do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura

Há muito o que falar sobre Fibromialgia e dores músculo-esqueléticas mas antes de tudo devemos lembrar que, como em qualquer outra patologia, existem fatores predisponentes ao desenvolvimento desta condição clínica.

Estudos recentes vem apontando o sedentarismo como um deste fatores. Observa-se uma menor incidência da Síndrome Fibromiálgica em praticantes regulares de exercícios físicos e um melhor controle dos sintomas da doença quando o tratamento é associado à esta prática.

A prática regular de exercícios já foi reconhecida cientificamente pelos seus efeitos benéficos no tratamento de diversas doenças como o diabetes, a hipertensão, a depressão e outros.

Quando nos exercitamos ativamos nossa circulação e liberamos quantidades mensuráveis de vários neutransmissores como endorfinas, metaencefalinas, dopamina e serotonina que nos dão a sensação de bem-estar e prazer.


Por apresentar causas centrais (sistema nervoso central) a fibromialgia parece ser melhor controlada quando estimulamos nosso cérebro a liberar as substâncias citadas de forma regular através da simples prática de exercícios diários.

Ou seja, uma boa caminhada ao ar livre, uma aula de ginástica na academia com amigos, um passeio de bicicleta no final do dia com o filho pode fazer pelo paciente o que nenhum outro comprimido faria sozinho - estimular o cérebro e o corpo ao mesmo tempo!

Recente publicação de pesquisadores da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia estabeleceu uma relação entre a prática de exercício físico e o risco de desenvolver a fibromialgia. 15.990 mulheres foram acompanhadas durante 11 anos e as que se exercitavam quatro vezes por semana apresentaram um risco 29% menor de desenvolver fibromialgia em comparação com as sedentárias.

O estudo concluiu ainda que os benefícios seriam somatórios. ou seja, quem praticava exercícios com maior frequência e intensidade tinha risco estatisticamente menor de desenvolver a doença.




A PRÁTICA DE EXERCÍCIOS DEVE SER SUPERVISIONADA POR UM EDUCADOR FÍSICO HABILITADO.


ANTES DE INICIAR QUALQUER ATIVIDADE FÍSICA PROCURE SEU MÉDICO E VERIFIQUE SUAS CONDIÇÕES DE SAÚDE

Falta de Vitamina D

Vitamina D e Fibromialgia




No diagnóstico diferencial da fibromialgia, a osteomalácia sempre esteve presente, pois a dor difusa pode ser um componente importante desta condição. A constatação de que a deficiência de vitamina D é muito mais prevalente na população geral do que o previamente imaginado, levou a alguns estudos tentando correlacionar a fibromialgia com esta carência vitamínica. Os resultados, no entanto, são conflitantes.

O grupo da universidade britânica de Aberdeen, que há muito tempo trabalha com coortes de pessoas portadoras de dor crônica, publicou no Annals of Rheumatic Diseases – 13 de maio de 2009 - um estudo envolvendo mais de nove mil pessoas associando os níveis de 25-OH-vitamina D de dor crônica generalizada. Seis mil e oitocentos e vinte e quatro pacientes tinham dados do manequim de dor e dos níveis de vitamina D. Os resultados fundamentalmente observados foram que a prevalência de dor generalizada variou pelos níveis de vitamina D, mas somente nas mulheres. A menor prevalência de dor generalizada nas mulheres foi naquelas com níveis séricos de vitamina D de 75-99 nmol/l (8,2%). Nas mulheres com 25 nmol/l, a prevalência foi de 14,4%.

A diferença entre homens e mulheres na interação níveis de vitamina D – dor generalizada não foi explicada pelas diferenças no estilo de vida e fatores sociais.

Este estudo tem a vantagem de ter sido conduzido em um grande número de pessoas, e os resultados realmente apontam uma maior chance de mulheres com dor generalizada apresentarem deficiência de vitamina D. Por este motivo, e pela importância da vitamina D em outras funções fisiológicas, deve-se considerar a dosagem de vitamina D sérica em pacientes mulheres com dor generalizada, como na fibromialgia. Se a reposição da vitamina levará a algum benefício na dor destas pacientes, ainda é um fato a ser explorado em outros estudos.

Eduardo S. Paiva
Chefe do Ambulatório de Fibromialgia HC-UFPR, Curitiba, Paraná.